O tabagismo é considerado uma doença crônica causada pela dependência de nicotina. É um problema de saúde pública mundial, e quem fuma está vulnerável a 50 doenças relacionadas ao tabaco. De acordo com a OMS (Organização Mundial de Saúde), o tabagismo é o principal motivo de morte no mundo (...), e é responsável pelos seguintes cânceres: câncer de bexiga; câncer de pâncreas; câncer de fígado; câncer do colo do útero; câncer de esôfago; câncer nos rins; câncer de laringe (cordas vocais); câncer de pulmão; câncer na cavidade oral (boca); câncer de faringe (pescoço); câncer de estômago e leucemia mieloide aguda. O tabagismo causa dependência física e psicológica devido à nicotina que é uma substância psicoativa, por meio de alterações no Sistema Nervoso Central (...), gerando um estado temporário de “bem-estar”. É preciso somente de 2 a 3 meses de utilização do cigarro para o indivíduo tornar-se um dependente.
Anualmente, o governo gasta, em média, R$ 56,9 bilhões com despesas médicas para fumantes passivos e ativos. O Ministério da Saúde esclarece que, desse total, R$ 39,4 bilhões cobrem custos médicos diretos e R$ 17,5 bilhões cobrem custos indiretos, decorrentes da perda de produtividade, provocadas por morte prematura ou por incapacitação de trabalhadores. Já o total arrecadado de impostos com a venda de cigarros em 2015 foi de R$ 12,9 bilhões, o que justifica o saldo negativo de R$ 44 bilhões.
De acordo com o estudo, as doenças relacionadas ao tabaco que mais sobrecarregaram o sistema público e privado de saúde no Brasil em 2015 foram: doença pulmonar obstrutiva crônica - principalmente enfisema e asma (...); doenças cardíacas (...); cânceres diversos de esôfago, estômago, pâncreas, rim, bexiga, laringe, colo do útero e leucemia (...); câncer de pulmão (...); acidente vascular cerebral (...) e pneumonia (...).
Um dos pontos ainda mais importantes do que os impactos econômicos é a quantidade de vidas perdida para o tabagismo. A pesquisa mostrou que a droga foi responsável por 156.216 mortes no Brasil em 2015, o que representa 12,6% de todos os óbitos de pessoas com mais de 35 anos no país.
A indústria tabagista influenciou várias gerações. Quem tem 30 e poucos anos ainda se lembra de seus comerciais televisivos: esportes radicais, hits do momento, jovens descolados ou caubóis másculos. Também eram os fabricantes de cigarro os maiores patrocinadores de grandes festivais de rock e jazz. No cinema, fumar era símbolo de sensualidade ou de uma charmosa rebeldia. Desde o início desta década, todo esse marketing do tabaco foi banido – hoje, é absurdo pensar na hipótese de se veicular uma propaganda que mostre uma bela garota com um cigarro entre os dedos. Mesmo assim, pesquisas mostram que, no Brasil, cerca de 90% dos fumantes adquirem o hábito antes dos 18 anos. Um dado preocupante que demonstra não ser só a mídia a responsável por esse comportamento.
“Na adolescência o indivíduo está buscando recriar sua identidade, que até então era de criança. Pertencer a um grupo é importante nesse processo, e o adolescente assume certos comportamentos para sentir-se socialmente integrado. O risco está no fato de que, para alguns grupos, o cigarro ainda aparece como um sinal de postura, de rebeldia e maturidade”, explica Thiago Pavin, psicólogo do serviço de Gestão de Saúde do Fleury. Ou seja: por mais que o jovem não encontre na propaganda o estímulo ao tabagismo, ele ainda pode sofrer “pressões sociais” para desenvolvê-lo. Esse estímulo pode estar dentro do grupo ao qual ele pertence e também pode estar em casa: pais e mães tabagistas tornam o ambiente mais permissivo.
PROPOSTA DE REDAÇÃO: A partir do material de apoio e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo, em norma padrão da língua portuguesa, sobre o tema: “Caminhos para diminuir o tabagismo na sociedade contemporânea”. Apresente proposta de intervenção social que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de maneira coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.