Analfabetos
digitais no Brasil
O processo de transformação digital já se faz presente no mundo há
alguns anos e nos traz novos desafios, tendências, e nos leva a repensar a
forma como agimos em nossa vida privada e pessoal. São inquestionáveis os
benefícios da tecnologia: a comunicação ficou muito mais fácil e o acesso às
notícias e informações ficou mais fluente, a alguns toques na tela. Porém, nem
tudo são flores.
Apesar de toda a facilidade e comodidade que as novas ferramentas
nos proporcionam, a verdade é que muitas pessoas não as usam corretamente ou
mesmo não fazem parte de sua realidade social. Para se ter uma ideia, no
Brasil, enquanto ainda discutimos o analfabetismo funcional, as atenções de
outros países já estão voltadas para um novo problema educacional: o
analfabetismo digital.
Relatório anual The Inclusive Internet Index 2019, elaborado pela
revista britânica e patrocinado pelo Facebook, avaliou, recentemente, como a internet
contribui, positivamente, para melhorar fatores socioeconômicos em nível
global. O Brasil aparece na 31ª posição no ranking geral de 100 países, que
avalia preparo, facilidade de acesso, disponibilidade e relevância da internet
em nível global. No quesito de preparo, que abrange as categorias
alfabetização, confiança e segurança no uso da internet e políticas de
incentivo do uso da web, o país ficou nas posições 66ª, 21ª e 50ª,
respectivamente.
Infelizmente, os dados mostram que nosso país ainda tem seu avanço
travado pelo nível de preparo e educação digital. Nesse contexto, gosto de
destacar o conceito “cidadania digital”, que é o uso responsável das
tecnologias pelas pessoas. Como cidadãos, temos o direito e o dever de saber
usar corretamente as inovações tecnológicas que surgem ao nosso redor, mas nem
todos se relacionam com as informações da internet. Ou pior: alguns têm fácil
acesso à tecnologia, mas não a usam adequadamente e, por isso, confiam
facilmente no que é dito nas plataformas on-line.
E aí digo um dos pontos que entristecem nós, educadores: uma das
posições mais altas alcançadas pelo Brasil no ranking da The Economist foi o
nível de confiança em informações compartilhadas em redes sociais. Enquanto
ficamos em 4º lugar nesse quesito, a Suécia tem uma população mais desconfiada
e ficou em 62º lugar. Ou seja, ainda não somos alfabetizados quando o contexto
é a confirmação da veracidade dos fatos noticiados no meio digital.
Espero, de verdade, que nos próximos anos esses índices mudem. Afinal de
contas, em uma sociedade cada vez mais dependente da tecnologia, o futuro não
pertencerá mais aos que sabem usá-la, mas sim àqueles que podem geri-las. Para
isso, temos um longo caminho para percorrer para que o exercício da cidadania
no ambiente virtual ocorra para todos. Portanto, enfatizo a necessidade de que
a educação tecnológica aconteça ainda na infância, para que nossas crianças não
usem as novas ferramentas somente como um passatempo, mas também como uma
poderosa ferramenta de inclusão e desenvolvimento socioeconômico.
Disponível em: https://www.em.com.br/app/noticia/opiniao/2019/07/28/interna_opiniao,1072899/analfabetos-digitais-no-brasil.shtml (Adaptado)
Brasil é um dos países mais
visados para grandes ataques hackers, entenda
Ataques digitais de grande porte, que afetaram o STJ (Superior
Tribunal de Justiça), o Ministério da Saúde e o TSE (Tribunal Superior
Eleitoral), levantaram dúvidas sobre a situação atual da cibersegurança
brasileira. Legislação ineficiente, tamanho da população e falta de educação
digital são alguns dos desafios para que o país suba nesta lista, de acordo com
especialistas ouvidos por Tilt.
No levantamento de 2019 da ITU (União Internacional de
Telecomunicações, na sigla em inglês), o país está na 70ª colocação. Nas
Américas, tem a sexta colocação, atrás do Paraguai. O índice da ITU analisa o
comprometimento com segurança cibernética dos países. Leva em conta critérios
como a legislação para cibercrimes, mecanismos antiataques e até mesmo sistemas
de proteção online para crianças. Os três primeiros colocados do ranking são
Reino Unido, Estados Unidos e França, respectivamente. Para Paulo Lício de
Geus, professor associado de ciência da computação da Unicamp (Universidade
Estadual de Campinas), o país tem uma infraestrutura adequada, mas a supervisão
aos sistemas de informática precisa melhorar. “A gestão de TI [tecnologia da
informação] deveria cuidar de segurança também, não apenas da TI funcionando”,
disse.
Já o professor de direito digital da Universidade Presbiteriana
Mackenzie, Marcelo Chiavassa, aponta que a população ativa na internet faz do
Brasil algo atrativo para cibercriminosos. “O Brasil é um dos maiores países do
mundo em termos econômicos, de população, por isso estamos na linha de frente
dos ataques. O que adianta atacar o Paraguai e afetar 2 milhões de pessoas
enquanto aqui você ataca São Paulo e acerta quase 20 milhões? Não dá para
comparar com Paraguai; somos uma das dez maiores economias do mundo, estaremos
sempre sendo visados”, afirma.
Disponível em: https://www.uol.com.br/tilt/noticias/redacao/2020/11/25/ataque-hacker-contra-justica-e-governos-expos-o-quanto-estamos-vulneraveis.htm (Adaptado)
Comando: A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos
construídos ao longo de sua formação, redija um TEXTO DE OPINIÃO em
modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema “A questão do analfabetismo
digital no Brasil”, Selecione, organize e relacione, de forma coerente e
coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.
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