Alunos, professores e gestores do Ensino Fundamental, bem-vindos a mais uma temporada de episódios do Podcast Redigir Fundamental, uma ferramenta infalível para aprimorar as redações! Preparem-se para uma verdadeira revolução – a professora Gislaine Buosi, semanalmente, grava episódios que, além de muito criativos, atendem perfeitamente a demandas cada vez mais exigentes. Por aqui, há técnica e sensibilidade a toda prova!
Conheçam propostas dos mais variados gêneros redacionais, como Resenhas, Editoriais, Crônicas, Artigos de Opinião e Fábulas, cuja coletânea de apoio é não só bem selecionada, como também atualizada. São atividades que despertam a curiosidade dos estudantes, incentivando-os a explorar temas contemporâneos e talvez até – quem sabe? – se descobrirem escritores de ficção!
Sem dúvida, o Podcast Redigir Fundamental é o grande aliado das aulas de redação! Juntem-se a nós, na linha de frente da Educação com a Plataforma Adaptativa Redigir.
Confiram o episódio!
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Há tempos eu ouvia uns cochichos, e cismava que vinham do quarto do meu irmão, talvez o rádio estivesse chiando. Não, não era. Hoje descobriram uma ninhada de ratos debaixo do assoalho. Uma ratazana denunciou a família toda! Soube que o tio Davi bambeou as pernas; meu irmão, em pânico, passou a gaguejar.
Olá! Que bom nos encontrarmos aqui mais uma vez! Seja muito bem-vindo ao Podcast Redigir Fundamental! Eu sou Gislaine Buosi, escritora e professora de Redação e Literatura.
Hoje vamos fazer algumas pontuações a respeito de contos – o conto é uma narrativa breve, e tem sido explorado por escritores que atendem aos mais exigentes leitores. Há contos muito bem escritos por aí, e o próximo vai ser o seu. Ao final, há uma proposta de redação e um conto modelo. Se tudo isso interessa a você, fique por aqui até o final do episódio!
Antes de falarmos, exatamente, sobre a estrutura do conto, deixo aqui uma informação: você sabia que contar e ouvir histórias são atividades das mais rudimentares? Antes mesmo da linguagem escrita, tal como temos hoje, as pessoas contavam histórias – já contavam, inclusive, histórias que chegam até nós.
Contos, fábulas, crônicas, lendas – são exemplos de textos narrativos literários.
Para escrevermos um conto, é preciso, em primeiro lugar, termos ou inventarmos um enredo, quer dizer, uma história – verdadeira ou ficcional… Vale tudo!
A partir do enredo, criamos os demais elementos: personagens, tempo e espaço. Olha só: as personagens, em determinado tempo e espaço, vão contracenar, viverão o enredo. Ah… É preciso também criarmos um narrador, para nos contar a história.
Até o final do conto, o leitor deverá encontrar respostas para: o que aconteceu?, com quem aconteceu?, como?, quando?, onde?, por quê?, e então…
Professora…
Hummmm… Meu aluno imaginário chegou! Diz aí!
Uma vez o corretor anotou no meu texto isso aqui: “Descreva melhor as personagens. Um enredo bem escrito também se utiliza de trechos descritivos.” Quer dizer que pode misturar narração e descrição?
Pode, pode sim! Para tornar a história mais envolvente, o ideal é que, em meio à trama – trama é enredo – usemos passagens descritivas, para desenhar melhor tanto as personagens quanto os espaços.
Entendi, professora! Descrever é desenhar com palavras!
Isso mesmo!
O escritor desenha os personagens do jeito que ele quer, né?
Do jeito que ele quer que os leitores enxerguem essas personagens – magras, altas, implicantes, fofoqueiras, briguentas, cordiais…
E como organizar tudo isso, professora?
Vamos recapitular: para a redação de um conto, é preciso construirmos: enredo, personagens, tempo, espaço e narrador.
Organize assim: logo no primeiro parágrafo, escreva a situação inicial, com a apresentação das personagens, do tempo e do espaço.
Tudo isso, no primeiro parágrafo?
É muito fácil. Ouça: As férias se aproximam. Pedro e Luíza decidem passar o mês de julho na fazenda dos avós.
Perceba – foram mencionados: tempo, personagens e espaço. Simples, não é mesmo?
É. Bem simples e… meio sem graça…
Então… para darmos graça ao texto, vamos usar as técnicas descritivas. O escritor precisa apresentar ao leitor o perfil do Pedro, da Luíza – quem são eles?, como estão? É preciso também apresentar a fazenda – onde ela fica, como é? E que tal dizermos também ao leitor como os avós estão se preparando para receber os netos?!
Ouça agora:
Férias à vista! Férias e frio! Pedro e Luíza, entusiasmados, decidem passar o mês de julho na fazenda dos avós, que já os esperam, ansiosos. As malas não comportam tanta bagagem – há presentes para os avós, para os tios… “Juiz de Fora nos espera, Luíza! Leve muitos agasalhos! A porteira da fazenda… eu que abro!” Pedro está, mesmo, muito entusiasmado!
Viu como é simples e… gracioso?
E depois, Gislaine?
Nos parágrafos seguintes, as personagens, como já dissemos, vão agir, vão interagir. Por exemplo: Pedro deixou cair o celular da Luíza, que, irritada, não quis almoçar; a avó fez um bolo de cenoura, tentou agradar Luíza, e só depois se lembrou que a neta detesta bolo de cenoura, enquanto isso, o avô encilhava os cavalos e… E cabem aqui muitos etecéteras, até que cheguemos ao instante de maior suspense – “Meu Deus! A Luíza sumiu! E agora?” E, em seguida, construímos um desfecho leve e surpreendente.
Ah… legal, professora!
Legal?! Legal mesmo é a nossa proposta de redação. Vamos conhecê-la?
A proposta é esta: Imagine que você chegue do colégio à tardezinha e, ao entrar em casa, percebe que a coleção de selos está na garagem; a gaiola do canarinho está dentro da pia da cozinha; a bicicleta está no banheiro; a cadeira de balanço do tio… “O que está acontecendo? Que bagunça é essa?” Seus pais, no canto da sala, riem muito!
Antes de começar a escrever, claro!, mergulhe na proposta, pense, levante hipóteses: O que houve? Um furacão passou por ali? Ou desmancharam a casa para alguns serviços de pintura? Ou, quem sabe, um boi bravo invadiu a casa… Mas… peraí… não consta que nada estivesse quebrado… Meus pais estão rindo de quê?… Poxa vida!… A casa sempre foi tão organizada…
Mãos à obra!
Quer conhecer meu conto? Aqui está!
Tio Davi e o pseudo Pico do Jaraguá
Por Gislaine Buosi
Naquela tarde, Chico não me esperava no portão, como era o costume daquele gato tão carinhoso. Estranhei. Portão adentro, vi a cristaleira na garagem, a coleção de selos do tio Davi dentro da cristaleira, a gaiola do Paco no gancho da rede. Avancei. As poltronas da sala estavam emborcadas; o piano, afastado da parede; a mesa do canto, no centro; a do centro, no canto; a máquina de costura, no final do corredor; a bicicleta, no banheiro. Vi, finalmente, o Chico, na coleira amarrada à torneira do tanque. O Chico não só miava, como também suplicava livrar-se da coleira. “Meu Deus! O Chico nunca usou coleira!”
— O que aconteceu?, foi o que perguntei aos meus pais, que riam, riam muito, rodos e vassouras nas mãos. — Onde está o tio Davi?
Há tempos eu ouvia uns cochichos, e cismava que vinham do quarto do meu irmão, talvez o rádio estivesse chiando. Não, não era. Hoje descobriram uma ninhada de ratos debaixo do assoalho. Uma ratazana denunciou a família toda! Soube que o tio Davi bambeou as pernas, meu irmão, em pânico, passou a gaguejar. Sobraram vassouradas, a casa foi quase demolida!, e os ratos desfilavam, ligeiros, de um cômodo a outro.
Meus pais contaram-me tudo isso, e riam muito. Dois ou três ratos foram pegos; é provável que o restante da família de roedores tenha ido passear.
Porém, mal sabia eu que uma cena ainda mais hilária estava por vir. Foi quando topei com a cadeira de balanço vazia – ou melhor, àquela altura, o Chico já estava ali enrodilhado. E então perguntei pelo tio, em cuja cadeira ele costumava cochilar. Enquanto meu pai ensaiava a resposta, minha mãe se adiantou:
— O tio Davi está em cima do telhado.
— Hein?… Fazendo o quê?…
Imaginei que ele pudesse estar trocando alguma telha quebrada – na noite anterior a chuva havia feito estragos na cidade. Que nada!
— O tio disse que queria ver a paisagem! Disse que, do alto do telhado, dava pra avistar o Pico do Jaraguá!
Meus pais, de fato, riam muito.
Mais alguns instantes, o tio desceu do telhado. Assobiou, tomou um copo d’água, disfarçou, depois perguntou se os ratinhos já haviam sido capturados.
A tempo: moramos em Campinhas, a, aproximadamente, cem quilômetros de São Paulo. Nunca ouvi dizer que, daqui, se avistasse o Pico do Jaraguá. A verdade é que o tio Davi perdeu a festa dos ratos. Agora ele examina, detidamente, a coleção de selos.
E então? Gostou do meu conto? Também quero conhecer o seu, ok? E que tal escrevê-lo agora (clique aqui)? Escrever é bom demais! Vamos lá?!
Não tenha preguiça de escrever e reescrever o texto – o segundo é sempre melhor do que o primeiro; o terceiro, muito, muito melhor do que o segundo…
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Essa redação que você acabou de ouvir também está disponível no site.
Antes de nos despedirmos, deixo aqui um convite: assine o Podcast da Plataforma Redigir no seu tocador de preferência.
Um abraço e até o próximo episódio!
Confira aqui o episódio anterior.
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