Estudiosos afirmam que o ser humano tem uma
necessidade natural em se conectar com o outro. A ideia é permitir a
transmissão de suas percepções, de modo a imortalizá-las e perpetuá-las nos
demais. Em cada tempo isso aconteceu de forma única e hoje vem por meio da
internet, ferramenta de fácil uso e acesso. Entretanto, essa ansiedade em
compartilhar pode nos levar à superexposição nas redes sociais. Mesmo os mais
experientes não estão prontos para lidar com as consequências de suas postagens
virtuais. Assim, quando imaginamos a nós mesmos nessa situação, pouco
entendemos os perigos aos quais nos submetemos. Ademais, cabe ressaltar que
isso também advém de uma necessidade constante em receber atenção, mesmo que
desconhecidos. A internet dá a falsa sensação de que somos importantes para
alguém por conta das visualizações que recebemos nas postagens. Essa má
interpretação nos leva a publicar cada vez mais dados pessoais.
Texto II
Angélica superexposta na web: só faltou postarem o raio-X
Quem estaria errado: a pessoa que faz a foto de um paciente numa maca de hospital (em situação de
completa vulnerabilidade), quem compartilha indiscriminadamente a imagem ou o veículo de imprensa que publica
a fotografia? (...) Pode-se argumentar que o 'flagra' é justificado pelo interesse jornalístico. Ainda mais quando o
paciente é uma figura pública famosa como Angélica. Celebridades não teriam direito à privacidade, defendem
alguns. A fotografia se espalhou pela internet poucos minutos depois de a apresentadora chegar à Santa Casa de
Campo Grande (MS), socorrida de pouso de emergência realizado num pasto. No avião estavam outras oito
pessoais: o marido dela, o apresentador Luciano Huck, os três filhos do casal, duas babás das crianças, piloto e
co-piloto. Todos com ferimentos leves. De um celular a foto foi parar no WhatsApp. Daí para as redes sociais. O
registro de Angélica sendo atendida gerou manchetes nos principais portais de notícias do país. Passou a ser de
domínio público. Até o Fantástico a exibiu. (...) Esses excessos fazem parte da liberdade de expressão. Melhor
isso do que a mordaça da censura. Quem se sente prejudicado pode recorrer à Justiça. O caso serve para
reflexão.
Texto III
Em uma página na internet, Yorrally Ferreira — assassinada pelo ex-namorado no último fim de semana
— publicava a maior parte de sua vida pessoal. Informações como a escola em que estudava, o local em que
morava e identificações de familiares ainda podem ser acessadas por qualquer pessoa, mesmo aquelas que não
enviaram uma solicitação para acompanhar as atualizações. O atual namorado da menina chegou a postar uma
foto da cena do crime na rede. Assim como a jovem, milhares de pessoas usam a internet para fazer desabafos,
mostrar um pouco de sua vida e divulgar fotos. Especialistas alertam para os cuidados de tamanha exposição.
PROPOSTA DE REDAÇÃO: A partir do material de apoio e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo, em norma padrão da língua portuguesa, sobre o tema: “Causas e consequências da superexposição nas redes sociais”. Apresente proposta de intervenção social que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de maneira coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.