Resumir é
apresentar certo conteúdo, quase sempre escrito, de modo breve e seletivo.
Um resumo
deve ser:
Conciso, obviamente: corte, quando possível, os exemplos dados pelo
autor, detalhes e dados secundários.
. Em textos do tipo narrativo, convém eliminar os discursos diretos – dê
preferência aos discursos indiretos, pois são mais econômicos; é preciso mencionar:
fato/ação principal, personagens principais (por vezes, é possível eliminar figurantes),
além de compor o lide: o quê?, quando, onde e como?, por quê (se houver
justificativa)? e desfecho.
. Em passagens descritivas, convém economizar, o quanto possível, adjetivos
e advérbios, sobretudo os repetidos ou inexpressivos.
. Em textos do tipo dissertativo, comece grifando as palavras-chave (substantivos
e verbos) de cada parágrafo ou sentença; detecte o assunto/a questão central e
o ponto de vista do autor sobre o assunto; veja se há intercalações
desnecessárias ou excesso de organizadores textuais (conjunções), e corte-os; faça
um apanhado dos principais argumentos pertinentes ao assunto central.
Pessoal: escrito, o quanto for possível, com palavras próprias; é o
resultado da sua leitura do texto-base.
Logicamente estruturado: um resumo não é apenas um apanhado de frases
soltas. Ele deve trazer as ideias centrais do texto-base, de preferência na
ordem em que foram apresentadas. Cuidado com a coesão textual – o uso correto
das conjunções, preposições e pronomes.
IMPORTANTE: não é possível acrescentar seu comentário acerca do posicionamento adotado pelo autor do texto-base.
PROPOSTA DE
REDAÇÃO: Depois de lidas as orientações acima, você deverá fazer o RESUMO do
texto a seguir, um trecho do histórico discurso de Martin Luther king*. Escreva,
aproximadamente, 15 linhas.
"Estou feliz em me unir a vocês hoje, naquela
que ficará para a história como a maior manifestação pela liberdade na história
de nossa nação. Cem anos atrás, um grande americano (...) assinou a proclamação da emancipação [dos escravos]. Este
decreto momentoso chegou como grande farol de esperança para milhões de
escravos negros queimados nas chamas da injustiça abrasadora. Chegou como o
raiar de um dia de alegria, pondo fim à longa noite de cativeiro. Mas, cem anos
mais tarde, o negro ainda não está livre. Cem anos mais tarde, a vida do negro
ainda é duramente tolhida pelas algemas da segregação e pelos os grilhões da
discriminação. (...) Cem anos mais tarde,
o negro continua a mofar nos cantos da sociedade americana, como exilado em sua
própria terra. Então viemos aqui hoje para dramatizar uma situação hedionda. Em
certo sentido, viemos à capital de nossa nação para sacar um cheque. Quando os
arquitetos de nossa república redigiram as magníficas palavras da Constituição
e da Declaração de Independência, assinaram uma nota promissória de que todo
americano seria herdeiro. Essa nota era a promessa de que todos os homens,
negros ou brancos, teriam garantidos os direitos inalienáveis à vida, à
liberdade e à busca pela felicidade. É evidente hoje que a América não pagou
esta nota promissória no que diz respeito a seus cidadãos de cor. Em lugar de
honrar essa obrigação sagrada, a América deu ao povo negro um cheque que voltou
marcado “sem fundos”. (...) Também viemos para este lugar santificado para
lembrar à América sobre a urgência ferrenha do agora. (...) Agora é a hora de
fazermos promessas reais de democracia. Agora é a hora de sairmos do vale
escuro e desolado da segregação para o caminho ensolarado da justiça racial. (...)
Agora é a hora de fazer da justiça uma realidade para todos os filhos de Deus. Seria
fatal para a nação passar por cima da urgência do momento e subestimar a
determinação do negro. (...) Temos de conduzir nossa luta para sempre no alto plano da dignidade e da
disciplina. (...) Precisamos nos erguer sempre e mais uma vez à altura
majestosa de combater a força física com a força da alma. (...) Não podemos caminhar sozinhos. (...) Não podemos retroceder. Há quem esteja perguntando aos devotos dos
direitos civis ‘quando vocês ficarão satisfeitos?’ Jamais estaremos satisfeitos
enquanto o negro for vítima dos desprezíveis horrores da brutalidade policial. Jamais
estaremos satisfeitos enquanto nossos corpos, pesados da fadiga de viagem, não
puderem hospedar-se nos hotéis de beira de estrada e nos hotéis das cidades.
(...) Tenho um sonho de que um dia (...) os filhos de ex-escravos e os filhos
de ex-donos de escravos poderão sentar-se juntos à mesa da irmandade. (...) Tenho um sonho de que meus quatro filhos viverão um dia em
uma nação onde não serão julgados pela cor de sua pele, mas pelo teor de seu
caráter. Tenho um sonho hoje. Tenho um sonho de que um dia o Estado do Alabama,
cujo governador hoje tem os lábios pingando palavras de rejeição e anulação,
será transformado numa situação em que meninos negros e meninas negras poderão
dar as mãos a meninos brancos e meninas brancas e caminharem juntos, como irmãs
e irmãos. (...)"
*Martin
Luther King Jr. (Atlanta, 15 de janeiro de 1929 — Memphis, 4 de abril de 1968)
foi um pastor protestante e ativista político estadunidense. Tornou-se um dos
mais importantes líderes do movimento dos direitos civis dos negros nos Estados
Unidos, e no mundo, com uma campanha de não violência e de amor ao próximo. Em
1963, durante a marcha contra as políticas racistas, proferiu o histórico
discurso “I have a dream” – “Eu tenho um sonho”.