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MODELO ENEM - PRECONCEITO LINGUÍSTICO

ENEM

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PRECONCEITO LINGUÍSTICO

MODELO ENEM
ID: E8R




http://preconceitos-linguisticos.blogspot.com/2012/04/chico-bento.html

Texto I

O preconceito linguístico é um preconceito social – é o que aponta a afiada análise do escritor e linguista Marcos Bagno, brasileiro de Minas Gerais (...), atualmente reconhecido, sobretudo, por sua militância contra a discriminação social por meio da linguagem. (...) O combate ao preconceito linguístico passa principalmente pelas práticas escolares: é preciso que os professores se conscientizem e não sejam eles mesmos perpetuadores do preconceito linguístico e da discriminação. Preconceito mais antigo que o cristianismo, para Bagno, a língua desde longa data é instrumentalizada pelos poderes oficiais como um mecanismo de controle social (...), feito oficialmente quando um Estado escolhe uma língua ou uma determinada variedade linguística para se tornar a língua oficial.

Evidentemente, qualquer processo de seleção implica um processo de exclusão.Quando, em um país, existem várias línguas faladas, e uma delas se torna oficial, as demais línguas passam a ser objeto de repressão. (...)

Falar de uma língua é sempre se mover no terreno pantanoso das crenças, superstições, ideologia e representações. A Língua é um objeto criado, normatizado, institucionalizado para garantir a unidade política de um Estado, sob o mote tradicional: “um país, um povo, uma língua”. (...)

O preconceito linguístico nas sociedades ocidentais é derivado principalmente das práticas escolares. A escola sempre foi muito autoritária; muitas vezes as pessoas tinham que esquecer a língua que já sabiam e aprender um modelo de língua. Qualquer manifestação fora desse modelo era considerada erro, e a pessoa era reprimida, censurada, ridicularizada.

Outro grande perpetuador da discriminação linguística são os meios de comunicação - infelizmente, pois eles poderiam ser instrumentos maravilhosos para a democratização das relações linguísticas da sociedade. No Brasil, por serem estreitamente vinculados às classes dominantes e às oligarquias, assumiram o papel de defensores dessa língua portuguesa que supostamente estaria ameaçada. Não interessa se 190 milhões de brasileiros usam uma determinada forma linguística, eles estão todos errados e o que os meios de comunicação apregoam como certo é aquela forma que está consolidada há séculos. (...)

Cria-se um padrão linguístico muito irreal, muito distante da realidade vivida da língua. É a partir desse confronto, entre a maneira de falar das pessoas e essa língua codificada, que surgem esses conflitos linguísticos. A pessoa, ao comparar seu modo de falar com aquilo que aprende na escola ou com o que é codificado, vê a distância que existe entre essas duas situações, e passa a achar que seu modo de falar é feio, é errado. Qualquer tipo de imposição linguística acaba gerando um efeito contrário, que é a auto-rejeição linguística ou a promoção de um preconceito linguístico por parte das camadas sociais dominantes. (...)

É muito importante que a escola, em sociedades letradas como a nossa, permita ao aluno esse processo do acesso ao letramento a partir de práticas pedagógicas democratizadoras, em que as variações linguísticas sejam reconhecidas como prática da cultura nacional, que não sejam ridicularizadas. E é claro que isso tem um funcionamento político muito importante, não só na escola, mas em toda a sociedade. 



Texto II

A vida não me chegava pelos jornais nem pelos livros
Vinha da boca do povo na língua errada do povo
Língua certa do povo
Porque ele é que fala gostoso o português do Brasil
Ao passo que nós
O que fazemos
É macaquear
A sintaxe lusíada

(Evocação do Recife – Manuel Bandeira)



PROPOSTA DE REDAÇÃO: A partir do material de apoio e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo, em norma padrão da língua portuguesa, que responda à pergunta tema: "A questão do preconceito linguístico no Brasil do século 21". Apresente uma proposta de intervenção social que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de maneira coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.


Boas atividades!

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