DIREITO À FELICIDADE
MODELO ENEM
ID: DVU
Texto I
Texto II
Vinte de março é o Dia Internacional da Felicidade.
A data foi proclamada pela Assembleia Geral da ONU, em 2012. A resolução da ONU
não cria obrigações para os países-membros, mas seu tema evoca as crescentes discussões
sobre a existência de um “direito à felicidade”, sobre seu alcance jurídico e sobre
como os tribunais poderiam aplicá-lo em casos concretos. Países tão díspares
quanto Japão, Nigéria, Butão e Coreia do Sul já citam esse direito em suas
constituições. No Brasil, também há um movimento para que a felicidade seja
reconhecida como direito. (...) Embora não haja a menção ao termo “felicidade”
na constituição brasileira, a “qualidade de vida” e o “bem-estar” constam do
seu texto. (...) A menção mais explícita ao direito à felicidade, no Brasil,
veio de um voto no Supremo Tribunal Federal (STF). No dia 5 de maio de 2011, o
ministro Celso de Mello proferiu seu voto reconhecendo a união estável entre
casais do mesmo sexo. Entre os fundamentos de sua decisão, além dos princípios
constitucionais da igualdade, da liberdade, da dignidade e da segurança
jurídica, o ministro enxerga um “postulado constitucional implícito que
consagra o direito à busca da felicidade”. (...)
Em 2010, o então senador Cristovam Buarque lançou a
PEC 19/2010, para alterar a redação do artigo 6º da constituição, que traz o
rol dos direitos sociais. Pela proposta, a redação do texto passaria a ser:
“São direitos sociais, essenciais à busca da felicidade, a educação, a saúde, a
alimentação, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social,
a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma
desta Constituição”. De acordo com o senador, houve um problema de comunicação
da proposta que ficou conhecida como “PEC da Felicidade”, uma vez que sua proposta
não era garantir que cada pessoa alcançasse a felicidade, e, sim, explicitar o
papel dos governantes, por meio da observância dos direitos, na pavimentação do
caminho da felicidade. A PEC foi arquivada no final de 2014.
BARBOSA, Renan. Disponível em: https://www.gazetadopovo.com.br/vida-publica/justica-e-direito/felicidade-e-direito-previsto-em-leis-de-diversos-paises-isso-daria-certo-no-brasil-47shdz76845c2ya2sx90hafc4/,
adaptado
Acesso em 4.ago.2021.
Texto III
Nossos problemas não resultam da falta de recursos,
e sim da sua má alocação. O mundo produz anualmente 80 trilhões de dólares de
bens e serviços; divididos por 7,6 bilhões de pessoas, isso representa 3.500
dólares por mês, por família de quatro pessoas. É bem suficiente. Com um PIB de
6,5 trilhões de reais e uma população de 208 milhões, o Brasil está
precisamente na média mundial. Uma distribuição mais justa asseguraria 11 mil
reais por mês, por família de 4 pessoas. Daria para todos viverem de maneira
digna e confortável. Reduzir a desigualdade é o principal caminho para uma
sociedade mais decente e mais produtiva. Nosso problema não é econômico, é
político. (...) O problema central da política é simples: os privilegiados
adquirem progressivamente o poder de aumentar os seus privilégios. E o processo
se agrava até atingir pontos de ruptura, com violência e tensões generalizadas.
A desigualdade econômica e política – e a inoperância dos sistemas jurídicos –
fazem parte de um mesmo processo de desequilíbrio social generalizado.
O combate à desigualdade é uma necessidade ética.
Não é concebível que no século XXI tenhamos manifestações trágicas de pobreza e
miséria. O básico, numa sociedade civilizada, não pode faltar a ninguém, e
muito menos às crianças que não têm nenhuma responsabilidade pelo caos em que
são jogadas. (...) O aumento de renda nas famílias pobres gera melhoria radical
da qualidade de vida e muita felicidade. Um milhão a mais nas mãos do
milionário gera apenas mais poder para buscar mais milhões. Em termos de
utilidade social e dinamização econômica, o dinheiro é mais produtivo na base
da sociedade.
DOWBOR, Ladislau. Disponível em: https://www.unicamp.br/unicamp/index.php/ju/artigos/ladislau-dowbor/grande-riqueza-e-grande-pobreza-sao-igualmente-patologicas-para
PROPOSTA DE REDAÇÃO: A partir do material de apoio e com base nos
conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto
dissertativo-argumentativo, em norma padrão da língua portuguesa, sobre o tema:
“Os desafios dos governantes para promover a felicidade e a dignidade aos governados”. Apresente
proposta de intervenção social que respeite os valores humanos. Selecione,
organize e relacione, de maneira coerente e coesa, argumentos e fatos para
defesa de seu ponto de vista.