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EM - DISSERTAÇÃO - MODELO UEMA - PRESSA, HOMEM, TEMPO E PANDEMIA

UEMA

PRESSA, HOMEM, TEMPO E PANDEMIA

MODELO UEMA

ID: F1R


Os textos abaixo servem para refletir sobre o tema que será apresentado, e como ponto de partida para você, candidato, desenvolver suas ideias com argumentação consistente. Leia-os antes de elaborar sua redação.


Texto I

No debate atual sobre a pandemia da Covid-19, ganha proeminência a crítica à estratégia do isolamento social, que se fundamenta, em essência, na ideia de que os impactos econômicos do isolamento são maiores do que os seus benefícios em termos de saúde pública. Argumenta-se que a eventual restrição de contato social deveria ser direcionada aos grupos de risco desta pandemia, qual seja, pessoas com mais de 60 anos de idade ou que sejam portadoras de doenças crônicas. Por decorrência, o resto da sociedade deveria retomar a normalidade, o quanto antes, a fim de reduzir os impactos econômicos desta nova forma de “parada súbita”. [1]. (...)

Para além do argumento da normalidade, há o caminho da racionalidade e o da atuação estatal norteados pela busca do bem comum. Nesses marcos (...), a gestão desta crise demanda foco, serenidade e responsabilidade. É prioritário manter a produção e o abastecimento daqueles produtos e serviços considerados essenciais para a preservação da vida humana e da estrutura social. Não se deve perder tempo com discussões secundárias, ideológicas ou políticas, sobre como a sociedade deve se organizar, sobre qual o papel do Estado e dos mercados e assim por diante. Por mais importantes que estes temas sejam, o momento demanda ação (...), manutenção da ordem social.

Ainda do ponto de vista da gestão racional da crise, torna-se importante lembrar que os especialistas em saúde pública indicam que há um determinado horizonte temporal para a manutenção do isolamento social, algo entre três e quatro meses. Este pode ser maior do que aquilo que desejamos, mas (...) há tempo para [as autoridades] atuarem em um contexto de excepcionalidade, com vista à manutenção da ordem e da paz social. (...) Conforme os economistas já aprenderam – pelo menos desde a Grande Depressão dos anos 1930 – e estão adotando na prática agora, em tempos de depressão o gasto estatal para preservar a economia é questão de vida ou morte (e não uma opção ideológica).

[1] O termo “parada súbita” tem sido utilizado na literatura de crises financeiras para designar processos repentinos e intensos de fuga de capitais, normalmente associados a crises cambiais e de balanço de pagamentos. Seu emprego corrente se deve ao trabalho do economista Guillermo Calvo.

https://www.ufrgs.br/coronavirus/base/artigo-a-pandemia-de-covid-19-e-o-isolamento-social-saude-versus-economia/, com ajustes


Texto II

Estudantes estão criticando nas redes sociais a nova peça publicitária do Ministério da Educação (MEC) sobre o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2020, qual seja o vídeo "Enem 2020: o Brasil não pode parar!" No vídeo, quatro atores adolescentes dizem que "a vida não pode parar" e pedem para os estudantes estudarem [sic] de qualquer lugar e de diferentes formas. (...) Nas redes sociais Facebook e Twitter, além do espaço para comentários no YouTube, estudantes reclamam da manutenção do calendário do Enem 2020 no atual contexto da pandemia de covid-19. Desde março, escolas públicas e particulares estão sem aula presencial para promover o isolamento social, principal medida de prevenção contra o coronavírus.

https://vestibular.brasilescola.uol.com.br/enem/estudantes-criticam-propaganda-do-mec-sobre-o-enem-2020/347762.html, com ajustes


Texto III

Quando o poder, que emana do povo, deixa de ser exercido, ou contra o povo se exerce, alegando servi-lo;

Quando a autoridade carece de autoridade, e o legítimo se declara ilegítimo;

Quando a lei é uma palavra batida e pisada, que se refugia nas catacumbas do direito;

Quando os ferros da paz se convertem em ferros de insegurança; (...)

Quando faltam a confiança e o arroz, a prudência e o feijão, o leite e a tranquilidade das vacas; (...)

Quando o mar de pronunciamentos frenéticos não deixa fluir uma gota sequer de verdade; (...)

Quando os reformadores devem ser reformados;

Quando a incompetência acusa o espelho que a revela dizendo que a culpa é do espelho;

Quando o direito constitucional é uma subdisciplina militar e substitui a disciplina pura e simples;

Quando plebiscito é palavra mágica para resolver aquilo que a imaginação e a vontade dos que a pronunciam não souberam resolver até hoje;

Quando se dá ao proletariado a ilusão de decidir o que já foi decidido à sua revelia, e a ilusão maior de que é em seu benefício; (...)

Quando é preciso ter mais medo do governo do que os males que ao governo compete conjurar; (...)

Quando os generais falam grosso em nome de seus exércitos, que não podem falar para desmenti-los;

Quando tudo anda ruim, e a candeia da esperança se apaga, (...)

Então é hora de recomeçar tudo outra vez [sic], sem ilusão e sem pressa, mas com a teimosia do inseto que busca um caminho no terremoto.

"Quando", de Carlos Drummond de Andrade, Correio da Manhã, 14 de setembro de 1962 (p. 87-89)


COMANDO: Depois da atenta leitura aos textos acima, elabore um texto dissertativo-argumentativo sobre o tema: “A PRESSA NOSSA DE CADA DIA: A RELAÇÃO DO HOMEM E DO TEMPO EM PERÍODO DE PANDEMIA”.


Instruções: Dê um título à sua redação; utilize a norma padrão da língua; não copie trechos dos textos apresentados na coletânea; não escreva a lápis; escreva de modo legível e na folha apropriada para a redação.

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