Homofobia é o termo utilizado para designar uma espécie de medo irracional diante da homossexualidade ou da pessoa homossexual, colocando este em posição de inferioridade e utilizando-se, muitas vezes, para isso, de violência física e/ou verbal. A palavra homofobia significa a repulsa ou o preconceito contra a homossexualidade e/ou o homossexual. (...)
Podemos entender a homofobia, assim como as outras formas de preconceito, como uma atitude de colocar a outra pessoa, no caso, o homossexual, na condição de inferioridade, de anormalidade, baseada no domínio da lógica heteronormativa, ou seja, da heterossexualidade como padrão, norma. A homofobia é a expressão do que podemos chamar de hierarquização das sexualidades. Todavia, deve-se compreender a legitimidade da forma homossexual de expressão da sexualidade humana. (...)
Assim, podemos entender a complexidade do fenômeno da homofobia que compreende desde as conhecidas “piadas” para ridicularizar até ações como violência e assassinato. A homofobia implica ainda uma visão patológica da homossexualidade, submetida a olhares clínicos, terapias e tentativas de “cura”.
A questão não se resume aos indivíduos homossexuais, ou seja, a homofobia compreende também questões da esfera pública, como a luta por direitos. Muitos comportamentos homofóbicos surgem justamente do medo da equivalência de direitos entre homo e heterossexuais, uma vez que isso significa, de certa maneira, o desaparecimento da hierarquia sexual preestabelecida.
Podemos entender então que a homofobia compreende duas dimensões fundamentais: de um lado a questão afetiva, de uma rejeição ao homossexual; de outro, a dimensão cultural que destaca a questão cognitiva, onde o objeto do preconceito é a homossexualidade como fenômeno, e não o homossexual enquanto indivíduo.
Texto II O protesto do engenheiro Talles de Faria Oliveira, que recebeu o diploma usando roupas femininas com palavras contra homofobia, dividiu opiniões entre alunos e engenheiros formados pelo Instituto de Tecnologia Aeronáutica (ITA) em São José dos Campos. O ITA alega que não discrimina alunos por sua orientação sexual. A manifestação também gerou reação da Associação dos Engenheiros do ITA (AEITA), que afirmou estar neutra sobre o ocorrido e que o engenheiro tem o direito de protestar. “Talles tem o direito de protestar, como qualquer um, e ele exerceu esse direito. Defendo o direito de que ele faça o seu protesto em qualquer lugar, a qualquer hora e de qualquer modo, pois o único responsável pelos seus atos é ele mesmo (...)”, diz a nota assinada pelo presidente, Marcelo Dias Ferreira.
COMANDO: A partir do
material de apoio e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua
formação, redija um Artigo de Opinião em que seja abordado o tema: “A urgência
do combate à homofobia no Brasil e no mundo”.
Escreva, aproximadamente, 25 linhas. Atribua um
título ao texto. Para assinar o Artigo, use apenas suas iniciais.
Não
custa lembrar...
O Artigo de Opinião, como o próprio
nome já diz, é um texto em que o autor expõe seu ponto de vista a respeito de
algum tema polêmico. É um gênero textual que se apropria do tipo dissertativo.
O
articulista deve sustentar sua opinião por meio de evidências; deve, também,
assiná-lo – entretanto, nos vestibulares, o candidato deve usar apenas as
iniciais ou adotar um pseudônimo, a fim de que não seja identificado pelo
examinador, o que poderia ser motivo para a anulação da prova.
O texto é breve – aproximadamente, 25
linhas.
A linguagem é simples e objetiva. O Artigo leva título.
O Artigo de Opinião é persuasivo:
inserido nos grandes periódicos, é um serviço prestado ao leitor, com o
objetivo de convencê-lo acerca não só da importância do tema ali enfrentado,
mas também, e principalmente, da relevância do posicionamento do articulista. São
comuns o apelo emotivo, as acusações, o humor, a ironia – tudo baseado em
informações factuais.
No Artigo de Opinião, é preciso
conjugar as seguintes funções da linguagem: referencial (informação, na parte
introdutória), emotiva (criticidade, no desenvolvimento) e conativa
(apelo/ordem/aconselhamento ao leitor, na conclusão).