A ciência mais imperativa e predominante sobre tudo
é a ciência política, pois esta determina quais são as demais ciências que
devem ser estudadas na pólis. Nessa medida, a ciência política inclui a
finalidade das demais, e, então, essa finalidade deve ser o bem do homem.
Aristóteles.
Adaptado.
Texto 2
FILHOS DA ÉPOCA
Somos filhos da época
e a época é política.
Todas as tuas, nossas, vossas coisas
diurnas e noturnas,
são coisas políticas.
Querendo ou não querendo,
teus genes têm um passado político,
tua pele, um matiz político,
teus olhos, um aspecto político.
O que você diz tem ressonância,
o que silencia tem um eco
de um jeito ou de outro, político.
(...)
Wislawa
Szymborska, Poemas.
Texto 3
O termo “idiota” aparece em comentários
indignados, cada vez mais frequentes no Brasil, como “política é coisa de
idiota”. O que podemos constatar é que acabou se invertendo o conceito original
de idiota, pois a palavra “idiótes”, em grego, significa aquele que só vive a
vida privada, que recusa a política, que diz não à política. Talvez devêssemos
retomar esse conceito de idiota como aquele que vive fechado dentro de si e só
se interessa pela vida no âmbito pessoal. Sua expressão generalizada é: “Não me
meto em política”.
M. S.
Cortella e R. J. Ribeiro, Política –
para não ser idiota. Adaptado.
Texto 4
As instituições políticas vigentes (por exemplo,
partidos políticos, parlamentos, governos) vivem hoje um processo de abandono
ou diminuição do seu papel de criadoras de agenda de questões e opções
relevantes e, também, do seu papel de propositoras de doutrinas. O que não
significa que se amplia a liberdade de opção individual. Significa apenas que
essas funções estão sendo decididamente transferidas das instituições políticas
(isto é, eleitas e, em princípio, controladas) para forças essencialmente não
políticas, primordialmente as do mercado
financeiro e do consumo. A agenda de opções mais importantes dificilmente pode
ser construída politicamente nas atuais condições. Assim esvaziada, a política
perde interesse.
PROPOSTA DE REDAÇÃO: Os textos aqui reproduzidos
falam de política, seja para enfatizar sua necessidade, seja para indicar suas
limitações e impasses no mundo atual. Reflita sobre esses textos e redija uma dissertação
em prosa, na qual você discuta as ideias neles apresentadas, argumentando de
modo a deixar claro o seu ponto de vista sobre o tema:
Participação política: indispensável ou superada?
Instruções:
. Lembre-se de que a situação de produção de seu
texto requer o uso da norma padrão da língua portuguesa.