“As dívidas públicas devem ser reduzidas, a arrogância das autoridades deve ser moderada. As pessoas devem reaprender a trabalhar, em vez de viverem por conta do dinheiro público.”
A
corrupção é prática que existe desde os primórdios das sociedades. Relatos de
abuso do poder para obtenção de vantagens indevidas sempre existiram ao longo
da história, e no Brasil não foi diferente.
No
noticiário recente brasileiro avolumam-se investigações de fraudes cometidas
contra o patrimônio público. Os esquemas desbaratados mostram que a
administração pública está sob o ataque em diversas frentes de quadrilhas
especializadas. (...) Essa realidade mostra que praticamente qualquer
organização, como órgão, autarquia, empresa pública, sociedades de economia
mista, parcerias público-privadas, fundações, organizações sociais, fundos de
pensão etc., está sob o risco de fraude e corrupção, bastando para tal a
existência de recursos públicos disponíveis para atrair a cobiça dessas máfias.
(...) Assim, é preciso reconhecer a fraude e a corrupção como grandes
obstáculos ao progresso social do país.
(...) Indivíduos apreciam condutas
honestas e mantêm uma crença positiva sobre sua própria moral, embora atos
desonestos sejam presenciados cotidianamente. Ainda que os indivíduos gostem de
manter uma imagem de honestos tanto para si próprios quanto para os demais, a
desonestidade pode trazer recompensas externas, que possibilitam algum ganho
financeiro. (...) Novas revelações sobre o envolvimento de políticos, partidos,
empresários e diversas camadas sociais em corrupção, mentiras e desonestidade
tornaram-se frequentes em noticiários, prejudicando o desenvolvimento de toda a
sociedade. (...) Atos desonestos praticados por cidadãos comuns, como sonegar
pequena quantia referente ao imposto de renda, omitir informações no seguro do
automóvel para manter o valor do seguro mais baixo, relatar um número maior de
horas trabalhadas e inflar despesas de viagem são vistos como atos corriqueiros
e não lhes é dada a devida importância.
(...)
Essa falta generalizada de ética deita raízes em nossa pré-história. É uma
consequência perversa da colonização. Ela impôs ao colonizado a submissão, a
total dependência à vontade do outro e a renúncia a ter a sua própria vida.
Estava entregue ao arbítrio do invasor. Para escapar da punição, se obriga a
mentir, a esconder intenções e a fingir. Isso leva a uma corrupção da mente. A
ética da submissão e do medo (...) leva fatalmente a uma ruptura com a ética,
quer dizer, começa a faltar com a verdade, a nunca poder ser transparente e,
quando pode, prejudica seu opressor.
PROPOSTA DE REDAÇÃO: A partir do material de apoio e com base nos
conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto
dissertativo-argumentativo, em norma padrão da língua portuguesa, sobre o tema:
“Os desafios para conter a crise dos valores morais no
Brasil do século 21.”
Apresente, ao final, uma proposta de intervenção social que respeite os
direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de maneira coerente e coesa,
argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.