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EM - POEMA - PANDEMIA E POESIA

POEMA - EM

PANDEMIA E POESIA

POEMA

ID: EX3



Você já sabe, mas não custa lembrar...

Jornalistas, historiadores, chargistas, escritores, poetas, muitas vezes, utilizam-se dos mesmos fatos sociais para a produção de textos. Entretanto, Miguel de Cervantes, escritor espanhol, nos ensina que “Uma coisa é escrever como poeta, outra como historiador: o poeta pode contar as coisas não como foram, mas como deveriam ter sido, enquanto o historiador deve relatá-las não como deveriam ter sido, mas como, realmente, foram – sem acrescentar ou subtrair da verdade o que quer que seja”.


Textos literários e Textos utilitários

Quem faz literatura não tem o compromisso nem com a verdade nem com a objetividade daquilo que escreve. Esse compromisso é, em especial, dos jornalistas, responsáveis por transmitir, legítima e objetivamente, os fatos, por meio das notícias, que são chamadas textos utilitários (ou não literários). Os textos utilitários cumprem a “função referencial da linguagem”. Poetas e escritores, os quais desenvolvem textos literários, têm a missão de arranjar a mensagem, a fim de que o leitor sinta prazer na leitura. É isso o que chamamos “função poética da linguagem”.


As figuras de linguagem são ferramentas dos poetas

As figuras de linguagem são recursos que valorizam, enfeitam a produção textual – elas são frequentemente exploradas ao longo dos textos literários. Metáfora, comparação, personificação e sinestesia são as figuras de linguagem mais usuais. Busque na Gramática definição e exemplos de cada uma dessas figuras de linguagem.


Observe as sentenças abaixo, as quais têm a mesma informação:

1. O pato morreu.

A informação é objetiva, sem enfeites; é um texto utilitário; cumpre a função referencial da linguagem.

2. A ave, agonizando, deu o último suspiro.

A informação é valorizada pelo emprego de figuras de linguagem; é um texto literário; cumpre a função poética da linguagem. (Perceba que a mensagem, tocada a sentimento, é mais importante do que a informação.)


Como escrever um poema? É só rimar “coração” com “emoção”...

Muitos acreditam que, para escrever poemas, é preciso compor estrofes (agrupamento de versos), rimar (repetição de sons iguais ou parecidos ao final dos versos) e metrificar (compor, em cada verso, o mesmo número de sílabas poéticas).

Será?

Para escrever um poema agrupamos versos (um verso é uma linha do poema), formando as estrofes. Entretanto, não é necessário rimar nem metrificar. Diz-se poema solto (ou livre) aquele que, apesar de ser escrito em estrofes, não contém nem rima nem métrica. O poema também pode ser escrito a partir de temas líricos (amor, angústia, medo, prazer etc.) ou sociais (guerra, meio ambiente, injustiça, tragédia etc.). Os poemas, frequentemente, levam título.


Exemplo: 


Mensagem à poesia

(Vinícius de Moraes1)

Não posso. Não é possível.

Digam-lhe que é totalmente impossível.

Agora não pode ser. É impossível.

Não posso.

Digam-lhe que estou tristíssimo, mas não posso ir esta noite ao seu encontro.

Contem-lhe que há milhões de corpos a enterrar,

muitas cidades a reerguer, muita pobreza pelo mundo.

Contem-lhe que há uma criança chorando em alguma parte do mundo,

e as mulheres estão ficando loucas, e há legiões delas

carpindo2 a saudade de seus homens:

contem-lhe que há um vácuo nos olhos dos párias3

e sua magreza é extrema; contem-lhe

que a vergonha, a desonra, o suicídio rondam os lares, e é preciso reconquistar a vida.

Façam-lhe ver que é preciso eu estar alerta,

voltado para todos os caminhos,

pronto a socorrer, a amar, a mentir, a morrer se for preciso.

(...)

1 - Vinícius de Moraes compôs poemas que refletem os horrores da Segunda Guerra Mundial.
2 - em desespero
3 - marginais


CONTEXTUALIZAÇÃO E COMANDO: A partir do texto abaixo e de seus conhecimentos sobre a pandemia de coronavírus – Covid-19, que tem assolado a população do mundo todo, desenvolva um poema de até 20 versos. Caso queira, use a rima e a metrificação. Atribua um título ao poema.


Texto base:

A diretora da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), Carissa Etienne, disse hoje (31) que a pandemia de covid-19 é grave, e que os países das Américas precisam fazer tudo o que estiver ao alcance para mitigar o impacto da doença. "O melhor momento para fazer isso é agora, antes que os hospitais e os profissionais de saúde fiquem sobrecarregados. (...) Sem evidências robustas sobre tratamentos eficazes e sem vacina, o isolamento social e outras medidas preventivas agressivas seguem sendo nossa melhor opção para a população poder evitar as consequências mais sérias da pandemia de covid-19 em nossa região”, destacou. “Este momento exige liderança com compaixão e ousadia. Não será fácil e sabemos que estamos pedindo para que as pessoas se adaptem a uma situação extraordinária, que está impactando todas as nossas vidas. Quero ressaltar mais uma vez, essa pandemia é séria", afirmou Etienne.

https://agenciabrasil.ebc.com.br/saude/noticia/2020-03/opas-isolamento-e-melhor-opcao-para-evitar-consequencias-graves

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