A Educação de
Jovens e Adultos (EJA) é uma modalidade criada em pelo Governo Federal
destinada a quem não teve acesso à educação na escola convencional.
Especialmente voltada a adultos, permite que o aluno retome os estudos e os
conclua em menos tempo, possibilitando sua qualificação para conseguir melhores
posições no mercado de trabalho.
A Educação
de Jovens e Adultos (EJA) pode ser vista como o ápice do retrato das
desigualdades sociais e econômicas do Brasil. Isto porque congrega em si duas
faces: as fragilidades de uma escola excludente diante da diversidade e, no
outro extremo, o direito de aprender independentemente da idade. Com isso,
carrega também a responsabilidade de não excluir estas pessoas uma vez mais.
(...)“A EJA não é só um problema educacional, mas político e social”, resume
Sonia Couto, coordenadora do Centro de Referência Paulo Freire, do instituto
homônimo. “Para resolver um lado, tem que resolver o outro.” Não é isso,
contudo, que se vê na prática. A especialista explica que os alunos evadem ou
migram para a EJA em razão das falhas presentes no Ensino Fundamental e Médio.
O Estado, por sua vez, não assume sua responsabilidade de resolver as questões
que levam ao abandono escolar, culpando estudantes e professores pelo fracasso
escolar e fazendo com que a EJA tenha mais um caráter assistencialista do que
de direito, como assegurado pela Constituição Federal e a Lei de Diretrizes e
Bases da Educação Nacional (LDB).
O tema da EJA é espinhoso. Os governantes e a
opinião pública preferem não abordá-lo, evitando tornar público o desrespeito
ao direito à educação de dezenas de milhões de brasileiros. Assim, ao invés de
pautar e enfrentar o problema, muitos governos e grande parte da sociedade
brasileira limitam-se a dizer que é "difícil e oneroso" empreender
esforços para matricular jovens e adultos. Mais complexo ainda é mantê-los na
escola ou em ações de educação popular. Mais grave é o fato de que, em muitos
círculos do debate público e educacional, a EJA é tratada como um problema
menor, a ser resolvido naturalmente pelo envelhecimento da população. Basicamente,
alguns acreditam e defendem que em algumas décadas os analfabetos vão morrer e
é preciso centrar esforços na educação de crianças e adolescentes. Trata-se de
um raciocínio tão perverso e indigno quanto ignorante. Em primeiro lugar, reduz
a EJA à alfabetização do jovem e adulto, desconsiderando a perspectiva da
educação ao longo da vida, dedicada centralmente à conclusão da educação
básica. Em segundo lugar, demonstra desconhecimento sobre a realidade dos
sistemas públicos de ensino. No Brasil atual, parcela significativa da
população inicia o ensino fundamental, mas cerca de metade dos que ingressam
nele não concluem o ensino médio na idade esperada. Em outras palavras, a EJA
permanece sendo um caminho para a conclusão da educação básica. E essa
realidade precisa ser abordada com reflexão, franqueza e recursos.
PROPOSTA DE REDAÇÃO: A partir do material de apoio e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo, em norma padrão da língua portuguesa, sobre o tema: “OS DESAFIOS PARA A EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS NO BRASIL CONTEMPORÂNEO”. Apresente proposta de intervenção social que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de maneira coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.