(...) Engana-se quem acredita que o
doping é um dilema exclusivo da modernidade. Já na Grécia Antiga (...), os atletas
recorriam a outros recursos que extrapolavam as habilidades do competidor: os
atletas gregos ingeriam chás compostos por diversas ervas e comiam cogumelos
para que atingissem melhores marcas durante as competições. (...) Até a
primeira metade do século XX, o doping era abertamente praticado por atletas.
Em alguns casos, as doses de estimulantes chegavam a ser aplicadas durante a
competição. Após a Segunda Guerra Mundial, vemos que substâncias utilizadas no
front (como as anfetaminas e os esteroides) passaram a frequentar as
competições. Atualmente, federações regionais, nacionais e internacionais
mobilizam-se para que as drogas ilícitas não sejam empregadas em situações de
competição. (...) Com o desenvolvimento dos estudos sobre o doping, vemos que o
universo de compostos ilegais cresceu muito e que os atletas se policiam cada
vez mais para que não sejam prejudicados por tal fiscalização.
(...) tudo leva a crer que o tal ditado "o
importante é competir" está completamente fora de moda. Pelo jeito ele foi
substituído por "o importante é ganhar" (...). Casos de doping
deixaram de ser uma exceção em competições esportivas e passaram a ser algo
corriqueiro. (...). Na ânsia de conquistar vitórias, alguns atletas (...) consomem
drogas cada vez mais sofisticadas para melhorar o desempenho. Do outro lado
estão cientistas e médicos, que desenvolvem e realizam testes a cada dia mais
específicos para diagnosticar a presença de substâncias proibidas no organismo
dos competidores.
O judô brasileiro tem seu primeiro caso importante
de doping em oito anos. Quinta colocada no Mundial do ano passado e atual
oitava colocada no ranking mundial, a jovem Jéssica Pereira foi flagrada em
exame antidoping realizado em setembro, fora de competição, e está suspensa
voluntariamente (ela própria optou por ficar suspensa). Ela é considerada a
maior promessa do Brasil para Tóquio-2020 no judô feminino e tem grandes
chances de ficar fora da Olimpíada.
A prática de doping, em si, não consiste em crime ou
qualquer infração específica, mas tem consequências jurídicas, na medida em que
pode alterar resultados de competições esportivas, já que os atletas que
utilizam medicamentos de natureza proibida podem apresentar vantagem em relação
aos demais competidores (...). Embora ainda não exista uma unificação das
possíveis sanções aos atletas envolvidos, principalmente por envolver a
soberania dos países, é possível verificar um esforço conjunto das nações para
evitar esse tipo de prática, seja com a punição disciplinar de atletas,
impedidos de participarem de competições, seja com a revisão de resultados de
competições alterados por essa prática.
A China deve apresentar novidades impactantes em
casos de doping esportivo diagnosticados no país (...). A ideia é tornar
criminosa a violação do antidoping, incluindo casos de prisão para atletas que forem
pegos com substâncias proibidas.
PROPOSTA DE REDAÇÃO: A partir do material de apoio e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo, em norma padrão da língua portuguesa, sobre o tema: "A questão do doping nas competições esportivas contemporâneas". Apresente proposta de intervenção social que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de maneira coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.