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EFAF - CRÔNICA DESCRITIVO-PSICOLÓGICA - ESTÁTUA VIVA

DESCRIÇÃO - EF ANOS FINAIS

CRÔNICA DESCRITIVO-PSICOLÓGICA

GLADYS, A ESTÁTUA VIVA

ID: EJ6


O texto não verbal abaixo é o ponto de partida para sua crônica descritivo-psicológica.


http://s.glbimg.com/jo/g1/f/original/2011/12/01/gladys1.jpg



“Gladys é uma das poucas mulheres que vivem do trabalho de estátua viva no Brasil. Seleciona personagens lúdicos e mais infantis para levar às ruas (...). A renda depende do humor do público e até da chuva. Mas é o suficiente para que os estatuístas vivam de seu trabalho nas ruas. Gladys é casada e tem um filho de 4 anos.

http://g1.globo.com/pop-arte/noticia/2011/12/artista-de-rua-nao-e-camelo-dizem-profissionais-de-estatua-viva.html


Para o texto descritivo-psicológico, que procura enxergar “o de dentro”, é essencial que o escritor use os  cinco  sentidos  para explorar aquilo que pretende descrever – cheiros, ruídos, sabores, texturas, cores devem ser provocados para “desenhar” melhor as cenas e o perfil emocional e físico da personagem.

O recorte jornalístico forneceu um perfil superficial de Gladys. Para “puxar ideias”, levante hipóteses: o que mais se pode dizer da personagem – como é?; gosta da profissão que exerce?; incomoda-se com quê?; é emotiva?; choca-se com quê?; alegra-se com quê?; queria ter o quê?; é feliz?; ama o quê?; sente-se amada? etc., etc.

 

Para provocar sentidos, percepções e sentimentos, levante mais hipóteses: que cheiros, cores ou sabores fazem a personagem lembrar o quê?; com saudade, rancor ou tristeza? etc., etc.

Procure ir além da descrição-psicológica previsível: dizer que Fulana é calma, triste e boa – isso é muito comum. Afinal, o que há por detrás da fantasia de Gladys, a estátua viva?

Saiba que o leitor vai “ver” exatamente aquilo que o escritor quiser/permitir que ele veja, fraca ou intensamente, a depender da sensibilidade e da técnica do escritor.

Outras orientações: 1) empregue os verbos no passado; 2) explore e misture características físicas e psicológicas (predominantemente) de apenas uma personagem; 3) escreva, aproximadamente, 30 linhas; 4) atribua um título ao texto (nas crônicas descritivas, é possível utilizar o nome da personagem descrita como título do texto).


Leia abaixo um exemplo de texto predominantemente descritivo-psicológico:

A varanda dorme acesa, enquanto Julieta sente que, portões afora, há a Terra que gira, que a terra sempre girou, mesmo antes dos calendários, mesmo antes de os homens saberem que ela girava. Portões adentro, suas histórias atropelam-se, escondidas. As queixas de Julieta, grandes e pequenas, sempre foram secretas; os protestos, silenciosos; os instantes de alegria, contidos. Nem ela mesma sabe que espécie de alegria tem, uma alegria sem cor nem cheiro, alegria de quem não tem motivos para rir, mas ri, chora de tanto rir, e chora, boba – e então tem a certeza de que ri da alegria de quem vê graça numa bola de papel amassado.

Gislaine Buosi


SUPER DICA: Para valorizar as descrições, procure utilizar a sinestesia, figura de linguagem que é a mistura de sensações ou percepções ou sentidos. Ex.: “Minha melhor recordação está sempre quente, pronta.” (Guimarães Rosa). Note que foram empregados um sentimento (recordação) e um sentido (tato – quente).

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