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EM - DISSERTAÇÃO - MODELO UERJ - BAJULAÇÃO

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MODELO UERJ – 2018 – BAJULAÇÃO


NOVIDADE: A Uerj já adiantou o assunto da prova de Redação, qual seja, uma polêmica levantada na obra Dom Casmurro, de Machado de Assis. Mas atenção: os candidatos não poderão desenvolver nem resumo nem resenha da obra, e sim uma dissertação argumentativa.


Contexto: Bajular, lisonjear, adular são, mesmo, defeitos de caráter? As ficções literárias trazem, com frequência, exemplos clássicos de bajuladores, entre os quais, José Dias, o falso médico homeopata, agregado da família Santiago, no romance Dom Casmurro. Machado de Assis deu a José Dias o amor aos superlativos: amaríssimo, crudelíssimo, gravíssimo...


Falar de bajulação, hoje, é falar dos jogos de interesses, das trocas de favores, das omissões e dos embustes que cercam a sociedade. Como sempre, as predições do bruxo do Cosme Velho se confirmam.



TEXTOS DE APOIO


Texto I



Disponível em: http://luzparaviver.blogspot.com.br/2014/05/quem-usa-de-bajulacao-tambem-engana.html



Texto II
Num país como o Brasil, em que a distinção entre pobres e ricos sempre foi medida pelo maior ou o menor envolvimento com o mundo do trabalho (...), uma minoria de gente livre e sem meios de subsistência optou pela submissão cega aos que detinham a riqueza, valendo-se de uma troca interessada de favores com esses ocupantes do poder, com o objetivo único de fugir ao estigma de servidão que cercava aqueles que tentavam ganhar o próprio sustento com esforços próprios. Roberto Schwarz intitula lógica do favor a esse artifício que desvaloriza o labor e dá méritos ao ócio. (...) A base que sustentava toda a economia do país, constituída pelo braço servil, era a mais numerosa (...) e identificava-se apenas com os de cima, empregando a bajulação. (...)


Assim, localizamos a figura de José Dias. Como se percebe no romance, ele ocupa justamente a classe daquelas pessoas que eram livres e dependentes, uma vez que ele não pertence à ordem senhorial, tampouco é um escravo. José Dias emprega o estratagema da adulação. Ao empregar o favor, o leitor percebe que, para que essa prática tenha sucesso, requer-se que o sujeito se anule, todavia, isso não significa que tal estratégia não guarde em si certa artimanha malandra. Artimanha malandra porque José Dias sabe que sua subserviência pode lhe proporcionar vantagens no meio familiar dos Santiago.


http://revistaaopedaletra.net/volumes-aopedaletra/Volume%2018.1/Volume18-1_Ezequias-da-Silva-Santos.pdf



Texto III


Segundo os pesquisadores, a bajulação funciona devido a um fenômeno cerebral conhecido como “comportamento de atraso”. A primeira reação ao elogio insincero é de rejeição e desconsideração. Apesar disso, a bajulação fica registrada, cria raízes e se estabelece no cérebro humano. A partir daí, passa a pesar subjetivamente no julgamento do elogiado, que tende, com o tempo, a formar uma imagem mais positiva do bajulador. Isso vale desde a agência de propaganda até o funcionário que leva um cafezinho para o chefe. (...) A obviedade e o descaramento do elogio falso, paradoxalmente, conferem-lhe maior força.

Segundo pesquisadores, é a rapidez com que descartamos os elogios manipuladores que faz com que eles passem sem filtro pelo cérebro e assim se estabeleçam de forma mais duradoura. (...) Outro fator contribui para a bajulação: é o “efeito acima da média”. Temos a tendência de nos achar um pouco melhor do que realmente somos, pelo menos em algum aspecto. (...) A pessoa equilibrada, que tem amor-próprio, é mais realista sobre si mesma, aceita-se melhor e torna-se mais imune à bajulação.
(As reações do cérebro à bajulação. Época Negócios, março de 2010, p. 71.)



Texto IV





https://3.bp.blogspot.com/-z-iYEDbxZqU/V30aktolKfI/AAAAAAAAepI/0dN5IH3RwR83JBFks_LGlW1GJuNZGLJgCLcB/s1600/Fagundes%2B5.gif


PROPOSTA MODELO UERJ: Com base na imagem, nos textos de apoio e em suas próprias reflexões, escreva uma redação argumentativo-dissertativa, em prosa, com 20 a 30 linhas, sobre o seguinte tema:



“Bajulação: um mal necessário, um recurso inevitável ou um comportamento imoral?”



Utilize a norma-padrão da língua e atribua um título à redação, que deve ser escrita inteiramente com caneta e não deve ser assinada.


Boas atividades!

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