Alimentos transgênicos são de um assunto sobre o qual há muita
desinformação. Há uma ideia geral de que alimentos transgênicos podem ser
prejudiciais à saúde, e, no entanto, a maioria das pessoas não sabe que boa
parte da sua alimentação tem componentes feitos a partir de alimentos
geneticamente modificados. As grandes indústrias de bioengenharia regularmente
desenvolvem pesquisas que negam a toxicidade de produtos geneticamente
modificados. ONGs, nutricionistas e gurus da alimentação saudável recomendam que
optemos por produtos orgânicos, isso é, sem agrotóxicos e bioengenharia, porque
transgênicos causariam danos ao meio ambiente e aumentariam a propensão a ter
alergias, entre outras coisas. Enquanto não temos certeza sobre quem está
certo, a regra deveria ser uma só: transparência. Todo mundo deveria ser capaz
de identificar facilmente alimentos produzidos através de bioengenharia, no
rótulo, para poder escolher se quer ou não consumi-los.
Argumentos a favor do cultivo: os alimentos transgênicos encontraram muitos defensores, desde que
começou essa discussão. Entre os argumentos, estão: a produção dos alimentos
transgênicos em larga escala beneficia o consumo humano, pois é menos onerosa e
isso a tornaria acessível a toda a população; a manipulação genética de plantas
é relativamente simples e fácil, pois a partir de uma única célula se pode
obter outra planta; as propriedades dos genes bacterianos de resistência a
pragas na lavoura seriam transportadas para as plantas transgênicas, com o
mesmo efeito, e isso viria a baratear o custo dos alimentos; uma das esperanças
dos cientistas é a de que as variedades produzidas adquiram a capacidade de
fixar o nitrogênio diretamente do ar, como fazem as bactérias e algumas
leguminosas, e para isso eles consideram que a produção agrícola fica limitada
justamente pela disponibilidade de nitrogênio no solo; uma planta com maior
teor de nutrientes pode saciar a fome e trazer benefícios à saúde; alguns
alimentos tiveram comprovados certos benefícios, com alto teor de vitaminas. (...)
Argumentos contra o cultivo: na Apostila Sobre Transgênicos citada na Folha de São Paulo, a PTA (Projetos em Agricultura Alternativa),
endossada por outras empresas e associações alternativas, enumera vários riscos
teóricos do consumo de alimentos transgênicos, entre eles: os transgênicos representam
um aumento de riscos para a saúde dos consumidores, e as multinacionais querem
negar o direito dos consumidores à informação; não há regulamentos técnicos
para a segurança no uso dos produtos transgênicos, e estes tendem a provocar a
perda da diversidade genética na agricultura (...); os transgênicos podem
provocar queda na produção e/ou aumento de seus custos; ninguém quer assumir a
responsabilidade pelos riscos dos transgênicos; as variedades transgênicas não
são mais produtivas do que as convencionais. (...); os transgênicos podem
aumentar o desemprego e a exclusão social no Brasil e representam um risco para
a segurança alimentar dos brasileiros; não existem conhecimentos científicos
sobre os impactos do uso de transgênicos no meio ambiente ou na saúde humana
para a realidade brasileira; existem outras opções mais eficientes que os
transgênicos, sem os riscos que estes implicam.
PROPOSTA DE REDAÇÃO: A partir do material de apoio e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo, em norma padrão da língua portuguesa, que responda à pergunta-tema: “Consumo de alimentos
transgênicos – fonte de problemas ou solução para a fome no Brasil?” Apresente proposta de intervenção social que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de maneira coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.