Ainda hoje,
a mulher é a principal responsável pela educação dos filhos, e muitas gaguejam
ou hesitam ao falar sobre sexualidade com os filhos. (...) Segundo a
ginecologista e médica do Núcleo de Estudos da Saúde do Adolescente da Uerj,
Isabel Bouzas, como todo período de mudanças, a adolescência inspira medo,
dúvidas, insegurança e deve ser acompanhada com cuidado pelos pais. Para a
especialista, a sociedade viveu uma liberação, mas não se preparou para lidar
com a antecipação do início da vida sexual. O resultado é o aumento da gravidez
antes dos 15 anos não só nos países subdesenvolvidos. (...) Nem sempre a
maturidade física vem acompanhada da psicológica. Isso faz com que o
adolescente se coloque em situações de risco e exposição, como uma gravidez
indesejada, contato com doenças sexualmente transmissíveis, experiências
sexuais ruins e até situações de abuso sexual ou violência.
Os adolescentes que assistem a programas de
televisão com conteúdo sexual são mais propensos a relacionarem-se sexualmente
em idades precoces, comprovou um estudo da organização de saúde Rando Corp.
(...) Vários estudos demonstram que dois terços dos programas de entretenimento
dirigidos a crianças e adolescentes contêm piadas pornográficas ou fazem
referências ao sexo. (...) Os adolescentes são menos propensos a ter relações
sexuais precoces quando os pais controlam suas atividades, vivem juntos ou são
religiosos, destaca.
(...) Além do excesso de estímulos, na opinião da
médica Lilian Day Hagel, integrante do Departamento de Adolescência da
Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), existe uma banalização do corpo e
exposição exagerada entre os jovens.
A relação sexual na
adolescência continuará acontecendo – com ou sem tabu. (...) Pesquisa realizada
pela Bayer, em parceria com a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp),
procurou discorrer sobre o tema com as jovens brasileiras. Os resultados
demonstraram que 59% das entrevistadas têm um diálogo aberto com os pais sobre
sexo. Além disso, daquelas que não falam sobre sexualidade em casa, 67%
gostaria de ter essa oportunidade. (...) Enxergar o assunto sob a ótica da
“sexualidade precoce” é desprezar a realidade, e não tratar o tema como ele
merece: com diálogo e confiança. (...) 75% dos jovens brasileiros já tiveram
uma relação sexual desprotegidos. Os dados somente refletem a importância da
educação sexual na adolescência. É preciso apresentar a relevância do tema,
pois estamos tratando de uma questão de saúde.
PROPOSTA DE REDAÇÃO: A partir do material de apoio e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo, em norma padrão da língua portuguesa, sobre o tema: "Os desafios da sexualidade na adolescência". Apresente proposta de intervenção social que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de maneira coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.