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EFAF - CARTA DO LEITOR - ADOÇÃO DE CRIANÇAS

CARTA DO LEITOR - EF ANOS FINAIS

CARTA DO LEITOR (ou CARTA AO EDITOR)

ADOÇÃO DE CRIANÇAS

ID: E24


ADOÇÃO: A GENÉTICA DA CRIANÇA DEVE SER REVELADA?

Os pais adotivos devem ter acesso ao histórico de doenças mentais e de outros dados dos pais biológicos da criança para estarem cientes de potenciais riscos?


(...) gostaria de convidar o leitor a uma “discussão espinhosa” e, mais do que isso, gostaria de saber a sua opinião no fim dessa conversa. (...) Uma rápida visita a homepages das agências governamentais de proteção/bem-estar de crianças de países desenvolvidos não deixa dúvida de que os pais adotivos devem ter o direito ao mais completo repertório de informações sobre a saúde da criança a ser adotada, as condições de parto e a questões de saúde da família biológica.

Entretanto, muitas vezes não é isso que acontece (...) no nosso país, em relação a questões de saúde mental. Os profissionais vinculados às nossas agências ou não coletam essas informações por não entenderem a importância, as coletam de forma superficial, ou as suprimem dos pais adotivos no sentido de protegerem o chamado “melhor interesse da criança”.

Conversando com diversos atores desse cenário, entre eles profissionais que trabalham nessas agências, profissionais da área de saúde mental, advogados de família, juízes e promotores das varas de família, o discurso é o mesmo: vamos afugentar potencias pais que poderiam se interessar por adotar. Crianças vítimas de situações de vida desfavoráveis serão preteridas. O argumento para que todos nós possamos dormir tranquilos é: genética não é determinismo, ou o afeto pode modificar condições muito adversas na gravidez. Perfeito. Mas, ao mesmo tempo, o bebê que nasce está muito longe de ser a tela em branco pronta para ser pintada a partir da interação com os pais adotivos e com o resto do mundo, como nós, profissionais da área de saúde, antigamente pensávamos. Uma área do conhecimento denominada genética comportamental tem demonstrado a forte participação da herança genética nos problemas comportamentais e emocionais de crianças. (...).

É espantoso como a literatura médica passa ao largo dessa situação. (...). No ambiente acolhedor e sigiloso do consultório, é mais comum do que o leitor possa imaginar, a situação e pais adotivos de crianças com graves problemas emocionais e comportamentais relatarem num misto de desespero e constrangimento que nunca foram preparados ou alertados sobre a importância de dados sobre a gestação de seus filhos adotivos e sobre a saúde mental dos pais biológicos.

O que fazer num cenário onde por um lado existe esse risco inquestionável genético e de problemas na gravidez determinarem uma chance aumentada de problemas emocionas e comportamentais na criança, mas, por outro, o Brasil é um país onde milhares de crianças esperam e necessitam de famílias adotivas?

[...]

Convido o leitor a responder a seguinte pergunta: Deve ser obrigação das instituições envolvidas na adoção registrar detalhadamente a história familiar de doenças mentais dos pais biológicos e todo o uso de drogas licitas e ilícitas na gravidez e perguntar ativamente aos pais adotivos se gostariam de ter acesso a essa informação e discutir potencias riscos, mesmo que a ciência atual indique apenas que o risco é aumentado sem conseguir quantificar com exatidão o tamanho dele?

http://veja.abril.com.br/blog/letra-de-medico/adocao-a-genetica-da-crianca-deve-ser-revelada-opine-aqui/


***


PROPOSTA DE REDAÇÃO: Lendo a matéria acima, sobre o fato de futuros pais conhecerem previamente o histórico genético da criança a ser adotada, certamente, você foi provocado a responder aos questionamentos feitos pelo autor, Luis Rohde. Você concorda com as argumentações dele? Como leitor, escreva uma carta à Revista Veja, e posicione-se – afinal, desde o começo do texto, o autor diz que gostaria de conhecer a opinião do leitor.


***


A CARTA DO LEITOR (ou Carta ao Editor) é o gênero textual que permite o diálogo entre leitor e editores de jornais e revistas – em tais veículos de comunicação é comum haver um espaço reservado para essa interlocução. Por meio da carta, o leitor manifesta sua opinião acerca de matéria veiculada, geralmente, em edições recentes. A CARTA DO LEITOR pode, ainda, elogiar a edição, registrar um protesto acerca do assunto, sugerir a tomada de medidas ou decisões etc.


COMO FAZER?

Ainda que comumente não vejamos a moldura da CARTA DO LEITOR nos jornais e revistas – isso por economia de espaço – a estrutura é maleável, e deve contemplar: local, data, vocativo, síntese do assunto (quem ler a carta deve saber do que se trata, sem depender da matéria base da Carta do Leitor), dados da publicação da matéria (pág. XX, edição de nº XX), discussão/impressões do leitor, despedida e identificação/assinatura do emissor.

Não contém título e geralmente é conduzida na 1.ª pessoa do singular.

Quando o enunciado da proposta não trouxer um limite, a CARTA DO LEITOR deve ser escrita em, aproximadamente, 20 linhas.



MUITA ATENÇÃO: A CARTA DE LEITOR é, preferencialmente, endereçada ao editor do jornal ou da revista, e não ao autor da matéria sobre a qual o leitor vai escrever. Comece assim: “A abordagem sobre..., da edição nº..., foi oportuna. Entretanto, acredito que.../Com razão o autor da matéria, quando...”.

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