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zEM - ARTIGO DE OPINIÃO - A IDEALIZAÇÃO DA MATERNIDADE

ARTIGO DE OPINIÃO - EM

ARTIGO DE OPINIÃO

MODELO UNICAMP

IDEALIZAÇÃO DA MATERNIDADE


Texto I
No começo de 2016, a internet foi invadida por dois movimentos antagônicos da maternidade: o das mães postando fotos com momentos felizes da vida após os filhos, chamado de Desafio da Maternidade; e o inverso, de mães relatando o quanto a rotina depois do nascimento do primeiro filho ficou ruim. Entre as mães do segundo grupo, chamou bastante a minha atenção aquelas que declararam abertamente estarem odiando a maternidade. Algumas deixaram claro que o desgosto com a maternidade não se aplicaria ao bebê. "Odeio a maternidade, mas amo o meu filho", disseram várias mães.
Muitas afirmam, claramente, que não é depressão pós-parto, tanto que elas cuidam dos filhos, não se sentem desmotivadas nos cuidados com os bebés, com elas mesmas ou com a casa. Sentem-se cansadas, claro. Qual mãe de recém-nascido não se sente cansada? Porém, o sentimento de algumas, pelo o que relataram, vai para um outro caminho: o de um certo, digamos, descolamento da realidade materna, o de um não pertencimento, o de um desconforto e o de uma persistente interrogação: "cadê eu nessa história toda?", "como eu fico nessa história toda?".
Em tempos de redes sociais, o desabafo dessas mães se espalhou, claro, viralizando, levando a intensas discussões e debates em reportagens em revistas, jornais e programas de TV. Além de milhares de comentários em posts de rede sociais, a favor ou contra essa mães. Alguns comentários contrários foram bastante impiedosos, em tom de julgamento, como é comum na internet.

http://disneybabble.uol.com.br/br/comportamento/eu-odeio-da-maternidade



Texto II
Pense durante alguns segundos no conceito de mãe – não na sua, nem na melhor ou pior mãe do mundo que você possa conhecer. Apenas reconsidere o que significa e o que associamos com “ser mãe”. Imagino que aparecem na sua cabeça ideias como “amor incondicional, abnegação, dedicação, ternura, abrigo, renúncia, satisfação, plenitude, realização pessoal, vida, entrega, estar sempre aí, lealdade, submissão...” E uma quantidade infinita de palavras relacionadas com entregar tudo por alguém.
Esse é o conceito com o qual fomos educados. A mãe é essa pessoa incondicional que nunca vai falhar. (...) Esta visão de mãe é de quando as mulheres eram educadas para não terem outra ambição mais do que serem boas esposas, mulheres, educadoras e transmissoras de valores; quando só se dedicavam a cuidar da família e organizar o lar, costurar, fazer coletas, tirar piolhos, cozinhar, limpar ou mandar em quem limpava a casa. Havia exceções, claro, como Marie Curie, física, matemática, química, mãe de duas filhas e premiada com dois prêmios Nobel, mas não era a regra geral.
Mas os tempos mudaram. (...) Não basta ter filhos limpos, bons estudantes e educados. Triunfar hoje em dia para a mulher implica em ser boa mãe, uma profissional brilhante; conseguir ter um grupo de amigas; aprender a ser independente em nível emocional e econômico; ter um tempo para ler, fazer exercício e ter hobbies; usar manequim 40 pelo resto da vida; ter ao lado um homem que valorize seu esforço, seu trabalho, goste como ela é, seja carinhoso e compreensivo, e saiba compatibilizar com você as tarefas domésticas e a educação dos filhos.

http://brasil.elpais.com/brasil/2015/02/27/actualidad/1425053577_221825.html



PROPOSTA DE REDAÇÃO: A partir do material de apoio e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um ARTIGO DE OPINIÃO, em norma padrão da língua portuguesa, que responda à pergunta-tema:



O desafio da maternidade: o que há para além das propagandas de leite em pó?



Não custa lembrar...


O artigo de opinião, como o próprio nome já diz, é um texto em que o autor expõe seu ponto de vista a respeito de algum tema polêmico. É um gênero textual que se apropria do tipo dissertativo. O articulista deve sustentar sua opinião através de evidências; deve, também, assinar o artigo – entretanto, nos vestibulares, o candidato deve usar apenas as iniciais ou adotar um pseudônimo, a fim de que não seja identificado pelo examinador, o que poderia ser motivo para a anulação da prova.
O texto é breve – aproximadamente, 25 linhas. A linguagem é simples e objetiva, vez que se pretende atingir todo tipo de leitor. O texto pode ser intitulado. O artigo de opinião é, obviamente, persuasivo: inserido nos grandes periódicos, é um serviço prestado ao leitor, com o objetivo de convencê-lo acerca não só da importância do tema ali enfrentado, mas também, e principalmente, da relevância do posicionamento do articulista. São comuns o apelo emotivo, as acusações, o humor satírico, a ironia – tudo baseado em informações factuais. No artigo de opinião, é preciso conjugar as seguintes funções da linguagem: referencial (informação, na parte introdutória), emotiva (criticidade, no desenvolvimento) e conativa (apelo/ordem/aconselhamento ao leitor, na conclusão).

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